Palpi: Nova lei das domésticas

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Nova lei das domésticas

Não conheço o autor, nem de nome, mas recebi seu texto via e-mail e o achei bastante lúcido quanto à essa questão. O nome dele é Fabio Blanco. Leia alguns trechos:

"Adeus, companheira!
04 de abril de 2013

"O resultado dessa lei será, portanto: a demissão em massa de trabalhadoras domésticas, lançando-as para o trabalho autônomo de diaristas, com o óbvio aumento de oferta desse tipo de serviço, com a consequente diminuição dos valores de remuneração, exatamente por causa da concorrência. Quiseram favorecer os empregados, acabaram apenas favorecendo os patrões. Principalmente aqueles que sempre fugiram de arcar com os custos trabalhistas. Miraram no raposa, acertaram na ovelha"

"Sem funcionários uma empresa não existe. O trabalho doméstico, pelo contrário, por mais que pareça indispensável, sua ausência não altera a natureza do domicílio. Pode causar alguns transtornos, mas o lar permanece um lar, com ou sem empregada."

O texto dele é muito coerente. E muitos dos nossos políticos, assim como o autor e muitos de nós, sabiam exatamente o que aconteceria com a implementação da nova lei. Com o desemprego doméstico, por exemplo, o governo terá de construir mais creches, escolas em tempo integral, asilos. Novos mercados serão gerados. É esperar pra ver. 

Bom, mas não estou achando ruim. Pelo conteúdo deste blog, fica bastante claro que sou uma das que acreditam que o trabalho doméstico é dispensável. No início, a falta delas conturba, atrapalha, vira a vida de ponta-cabeça, mas a gente vai se ajeitando, ainda mais quando percebemos que o nosso malfeito ainda é melhor que o bem feito delas. É apenas uma questão de costume, um costume difícil de adquirir, principalmente, quando se está acostumada a ter quem faça tudo pra você, mas dá-se um jeito.
No meu caso, a vida está conturbada há muito tempo. A coisa passou a ficar estranha, quando a empregada de anos -- que eu não achava grande coisa, mas fazia de tudo um pouco e hoje percebo que era "ótima" -- ficou doente. De imediato, arrumei uma "substituta". Arrumar foi muito fácil, mas Deus me livre! É gente com menos noção do que se imagina. Pra resumir, foram quatro ou cinco substituições consecutivas de decepções e amolações. Que despreparo! Como alguém pode oferecer um serviço que não sabe fazer? Mal lavam, mal passam, mal limpam e mal cozinham. E dizem saber fazer tudo. Fiquei virada, desorientada, desamparada. Era um entra e sai de empregada nessa casa, cada uma com um defeito diferente. Calma! Até tinha a que limpava direito, mas só limpava. Também apareceu uma que cozinhava até que bem, mas só o mesmo cardápio e aquele que até uma leiga em culinária como eu sabe fazer -- e tinha o pior dos defeitos, como a maioria, falava pelos cotovelos. E assim foi até eu me encher e dar um basta. Eu sabia que não seria fácil, nunca fiz serviço doméstico, não sabia e ainda não sei muito bem -- estamos quites --, mas minha convivência com elas é impossível. Gosto de casa em ordem e silêncio. Não quero conversar, não quero saber da vida, quero alguém para trabalhar quieta, enquanto faço as coisas que eu gosto. Quero uma robomaid. Como ainda não vendem o modelo ideal, estou sempre de olho nos utensílios e eletrodomésticos que prometem facilitar a nossa vida. Normalmente, infelizmente, ainda é só promessa. Quem sabe agora, com essa necessidade crescente, importarão mais produtos e novos serão criados? Tomara!

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